domingo, 30 de outubro de 2011

-socorro-


Sirene soando alto
ronco de motores
dor em algum lugar
e muito sofrimento

acidente de carro
bala perdida
assalto, ou latrocínio
atentado à própria vida


paramédico!
pare o transito
não podemos parar o tempo
"meu senhore"
Não pare, reflicta.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

FirmesA

Permanecendo o prego pregado na parede
é que as coisas se penduram.
A firmesa do pregado do prego
determina o bruto peso das penduranças.

Antes que o macaco quebrace o galho
nele, pula, sacode que estala, e sai.
Por mais que a parede seja boa,
o prego, forçado saí.

Firme é a lua...
Aquele grande ovo.
"o espelho do povo"
...parada no ar.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Estive por aqui e não te encontrei
não me esperava e não sabia que viria
tão breve eu passei... E seu lindo sorriso?


Por aqui eu vi, e ao certo reverei
virei de olhos acesos
e cegos de enxergar.

domingo, 24 de abril de 2011

muda

bem que eu pensei
ainda que não pensasse bem assim
não mudaria a beleza nem de pensamento

melhor se pensar que talvez
por que talvez, quem sabe*
póde ser bem melhor

não posso adivinhar
acredito que tudo pode ser pior
mas isso, o pensamento muda

muda o mundo, mas não move um graveto
sem acreditar, que talvez, que seria legal
pois o pensamento move, o mundo pode mudar

domingo, 30 de janeiro de 2011

correcorre

a gente corre pra frente
há gente correndo atrás
gente vive sem paz
alegria, quem faz é a gente

na vida gente tenta
quem não tem tempo à perder
há quem não vai perceber
gente que só lamenta

quem corre, chega mais longe,
em tempo, bem mais cedo
é bom que saiba onde

mas tem quem corre de medo
não sei se de algo se esconde
talvez seja segredo

poesia

quando era uma poesia
apaixonada e só sua
simples, ingênua, crua
Não se interessava, e não lia

virgem de ilusões do amor
peixe em curral marinho
mais parece que só um ator
incessível ao real carinho

mas o tempo passa
isso não é novidade
o palhaço perde a graça

o poeta, na verdade
é o caçador que já não caça
e o leitor só leu tarde

circo

atenção, atenção!
o palhaço está aí
rir, só pode de quem ver
e ver sem nada fazer
fazer que não pode ouvir
no trapézio da nação

enquanto na corda bamba
dança o povo caindo
e a corda arrochando
o calor aumentando
cansado de ser reprimido
se torna um alabama

os cães são bem adestrados
latem também se é preciso
não esparramam sujeiras
mordem e sacodem mandados
guardam tão bem nosso fisco
mesmo que às suas maneiras

os malabares são bombas
bom, mas isso são armas
mas é bem precatado
recatado em sua doutrina
animam sinais de transito
nem sempre causando males

domadores de jegue manso
amores de ganso bege
fede odores de ranço
pegador de lebre em cartola
lá o estrume não fede
os caninos jogam bola

circo da nação

devia

antes que eu tivesse ido falar com você ontem
você devia ter me prevenido
antes que eu descoberto, seria mais legal
mas você foi mal pra mim
fora, na vida real
e por garantia quis ter a certeza
que a ligação acabou

e não me disse nada
mais nada aconteceu
e não deu
não dá mais nada

tudo acabou e eu só vi quando perguntei
me falaram a verdade com todas as letras
mas, eu não acreditei
não tinha certeza

você me disse que não tinha
e não tenha acontecido nada
eu percebo que não
tenho coragem de acreditar?

haha hehe

entenda como quiser
hoje eu acordei mais feliz
talvez não tenha razão

verbo

ouço vozes dizendo,

palavras gritadas
não ouço nada
algo está acontecendo

o verbo, veneno
variáveis configurações,
compondo sermões
pouca gente entendendo

por que a luz não é nada,
longe do espelho
é negro o vermelho,
com a luz apagada

quem reflete a cor
é a visão, a matéria
é a veia, a artéria,
pulsação e calor

a voz é o grito,
o som e a canção
é a excitação
é o toque, o conflito

a roda, engrenagem
a pastagem e os bois
quem deixar pra depois
não precisa bagagem

fantasia

me vesti numa mascara
e me entorpeci
parecia mais "cara"
que nem me conheci

segui rumo na estrada
uma vida tão linda
de visão bem focada
o que ainda não vi

só de brincadeira
eu fiz isso comigo
sei que o resto é besteira

eu sou meu inimigo
vou querer me vingar
vendo a morte chegar
à brincar neste bingo

_minha vida,
quem eu sou?
quero ler mais livros,
de histórias de amor

quero fantasia
aprender festejar
eu quero navegar
inventar alegria

livre

o veloz, o velocípede
a velocidade da luz
acredite e tenha na lembrança
porque quando se é criança,
isso está no coração

eu não quero morrer velho,
sem ter minha dentadura
pois a verdade pura,
é até um pouco mais
é querer ter tempo pra mudar as coisas
ter uma cadeira de balanço,
para cochilar em paz
fazer careta,
pose de artista
procurar um anestesista,
pois velhice não tem cura

eu quero ser criança,
só mais um pouquinho
quero correr na chuva,
sem saber se vou me resfriar
hoje eu vou brincar na terra,
pois na terra que eu venho,
não tenho medo de voltar

quero ver a vida no chão
pilotar meu avião com a mão
e mastigar chicletes sem fexar a boca
quem tem boca é quem faz dela o que bem quer
dá de presente, ou alugada, emprestada
beija o chão;
a mão;
o butão da flor,
que foi doada com amor e alguma outra intenção,
pra convencer uma mulher,
talvez tirar a roupa

eu sonho em ser criança pro resto da vida
pra ninguém se preocupar comigo
e não dar ouvidos pro que eu falo
se eu quiser conselhos de um cavalo
ele me ouve como um melhor amigo
tenho muita sorte,
e ainda tem gente que duvida

é muito bom lembrar,
do meu veloz velocípede
ele não solta fumaça,
não polui o mundo
mas roda num segundo,
muito mais que essa esfera
o mundinho do bípede
e nem precisa sair do lugar

enquanto os homens tentam,
correr mais que a luz
descobrir o elixir da velhice eterna
correr mais que as pernas
saber da face de Jesus
cuido do meu coração

lembrança

ontem vi a vida que nunca mais virei
o verde que é hoje azul
o príncipe que hoje é rei
o amargo, indigerível
mas o incrível adulterei

as minhas lembranças torcidas
as rugas da idade na face
o lodo no chão
a calçada rachada
a parede da cozinha,
novamente pintada

ontem vi o meu avô sorrindo
e hoje só fotografia
vi o passarinho voando,
que a gaiola não prendia

amanhã o esquecimento virá
vou virar à meu favor
e o que dirá a minha lembrança
"não quero lembrar de dor"
o que se monta dia-a-dia
isso não deve mudar

meninos de rua

meninos de rua

menino inocência
sem consciência da lua
e sem paciência

sem educação
nem mãe, nem irmão
é a tragédia que não se vê
quando liga a t.V.

não é inclusão social
é o flagrante da vida
nem grito de carnaval
tem gente que duvida
e a justiça local
brigando com a vida

pena, quem tem é galinha
tem gente querendo pão
onde poucos andam na linha
quase todo mundo é irmão
a linda ternura não passa
não sai no portão de casa
e assim vai vivendo a massa
um avião sem asa

não quero pena
nem quero briga
e ver criança pequena
que ninguém liga

sem proteção
mas, com muita conseqüência
e os vidrados na televisão
me fazendo perder a paciência

é mais uma catástrofe
drama de manchete
dente cheio de chiclete
nem sabe o que faz sofrer

a esmola na rua
no sinal vermelho
na cola ou no isqueiro
que amola essa vida sua

há preconceito,
jeito pra tudo,
tiro no peito
só não tem escudo

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

lembrança

ontem vi a vida que nunca mais virei
o verde que é hoje azul
o príncipe que hoje é rei
o amargo, indigerível
mas o incrível adulterei


as minhas lembranças torcidas
as rugas da idade na face
o lodo no chão
a calçada rachada
a parede da cozinha,
novamente pintada


ontem vi o meu avô sorrindo
e hoje só fotografia
vi o passarinho voando,
que a gaiola não prendia


amanhã o esquecimento virá
vou virar à meu favor
e o que dirá a minha lembrança
"não quero lembrar de dor"
o que se monta dia-a-dia
isso não deve mudar

fantasia

me vesti numa mascara
e me entorpeci
parecia mais "cara"
que nem me conheci


segui rumo na estrada
uma vida tão linda
de visão bem focada
o que ainda não vi


só de brincadeira
eu fiz isso comigo
sei que o resto é besteira

eu sou meu inimigo
vou querer me vingar
vendo a morte chegar
à brincar neste bingo


_minha vida,
quem eu sou?
quero ler mais livros,
de histórias de amor

quero fantasia
aprender festejar
eu quero navegar
inventar alegria

poesia

quando era uma poesia
apaixonada e só sua
simples, ingênua, crua
Não se interessava, e não lia

virgem de ilusões do amor
peixe em curral marinho
mais parece que só um ator
incessível ao real carinho


mas o tempo passa
isso não é novidade
o palhaço perde a graça


o poeta, na verdade
é o caçador que já não caça
, e o leitor só leu tarde

sábado, 25 de dezembro de 2010

entorpeci

entorpeci a mente
eu pirei, quando a onda passou
foi tudo de repente
desliguei
mas a luz não acabou


eu tinha uma lanterna no armário
um maço de velas no bolso
me encontrei trancado igual otário
e a gravata enforcava meu pescoço


mas não adianta
não há nó que não se poça cortar
a pipa só levanta, com a linha,
e com o vento à soprar


quando acordei
era domingo de manhã de sol bem quente
e não há lei, que eu vi
que dispense a noite pra dormir, da gente


mas tome, vide bula
banque o psiquiatra amigão
que diz na cara dura
"a gangue do santinho que não tá com nada, está indo pra prisão"


beba laranja mecânica
corra uns quilômetros meios
e evite pensar. Comida orgânica,
faz bem pro paladar dos cheios


estudei a matemática do sobrenome
não entendi na aritmética e na regra de três
como se pode ser mais ou menos nome
se todos são iguais, cachorro, escravo, gato e o freguês


a luz iluminou o meu apartamento
foi quando eu vi que não estava sozinho
mas o mundo social é um tanto ciumento
roubou os meus amigos e eu fiquei, estranho no ninho


a onda voltou, eu não peguei
fiquei na maré mansa, numa dança ospicial
porque surfista já tem muito, eu sei
agora eu quero ver pegar a onda legal

domingo, 5 de dezembro de 2010

escolha

a escolha é certa
o certo, que a escolha é sua
se traça linha no deserto
ou segue a mesma rua


se vai à nado, à remo
à teima, a estrada é sua,
as curvas e labirintos,
os caminhos pra lua


as portas e as rotas
os mapas, os tapas na face
bem certo que faz-se destino
é o menino que sonha e flutua


os vales, a valentia
a agonia, alguns dias
a semente de liberdade
o broto que nasce torto


a vida seguida e partida,
reprimida, implodida em seguida
o rumo da cachoeira
tranqüila e depois se agita


a escolha, nem sempre é sua
é a crua e nua verdade
a idade, a cidade a, vida
a lida pode ser sua

domingo, 28 de novembro de 2010

21/08/07




As minhas letras não brilham
todas da mesma cor
não tenho gravuras
nem desenho animado

Não procuro palavras
em músicas ou livros
não desenho
um coração
que não possa bater

Sentimentos num papel
não
vale nada
o papel é o caminho


por onde andam minhas letras
letras sinceras
palavras sinceras
frases sinceras

Tudo que é sincero busca a paz e a alegria.

bonito 24/08/07

eu me digo, bonito
digo da sobremesa
bonito. Se põe mesa
na grande diversidade
de uma cidade tão linda
que há inda honestidade

verdade na minha terra
se fala escancarado
coitado do cidadão
que não vive prevenido
do grito da multidão
que amassa a massa do pão
e vive depois da guerra