domingo, 27 de setembro de 2009

não é sim nem é não
não é sim por sim
por que senão poder ser não

exencialmente sim
pra não ser sim sem razão
sim ser sim, sem talvez não

mas digo sim pro não
depende simplesmente
da exata condição

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

q face me tem você?

Eu lhe digo meu nome
mas por que nome me tens?
tenho nome de registro
nome de filho e de louco
nome de pai, de maldito

O que o nome diz de mim
se ninguém me resumiu
só me tem por telefone
ou nem mesmo me ouviu?

se o nome fosse tudo
tudo seria tão pouco
poupava que o cidadão
quisesse saber de tudo

mil faces faço na vida
Que nome tem cada uma,
por quantas você verá,
até a hora da partida?

a gente

Tanta gente junto,
o que tanta gente pensa?
Na certa não pensa junto
no sentido e na conciencia

Gente que tão distante
no aglomerado de gente
gentileza de assunto
no tumulto social
da anti-sociedade
da vida cara-de-pau

"plantei um lindo arbusto
no meio do meu jardim
também fiz um alto muro
guardei ele só pra mim"

Tudo é de muitos donos
com poucos de autoridade
havendo uma exessão
o que é privacidade

Tanta gente junto,
o que tanta gente tem?
Na certa tem o mundo junto
exceto o privado de alguém.
Gente que é tão distante
a gente que é tumulto
andando em veloz corrente
formada por eu e o vulto

Tanta gente junto,
o que tanta gente é?
Olham sempre tão distante
de olhar nem tão inocentes
na certa pertencem a grupos
no qual se é mais contente

Gente que tem o seu mundo
formado por sua mente
regido pelo tumulto
O que tem toda essa gente.

domingo, 13 de setembro de 2009

carta

quantos são todos caminhos,
quantos podemos seguir?
responde-me qual é o certo.
(vida é rumo perdido)

quantas esquinas existem
na constante avenida do homem?
não são todas de lindo sorriso
mas não falham em ser despedidas

ganho lágrimas na porta de casa
com sorriso no portão
há quem chora por uma partida
quem sorri por ver tanta emoção

partida na vida é constante
mas volta não é para todas
já fico feliz em poder
passar como chuva em verão
e fica em meu coração
um sopro do vento da chuva
quem dera que a ultima curva
me leve onde está sua mão
Imagens da minha mente
me soam como palavras
que correm nas minhas veias
extravasam pelas lágrimas
escorrem por entre as linhas
remontando em correntes
de frases tão multiformes
que nem tanto inocentes

eu olho o olhar do mundo
e vejo um mundo cego
não nego onde oriundo
o que sustenta meu ego

carrego no meu olhar
a flor do meu pensamento
se ele demonstra dor
por que nele há sentimento

dores e alegrias
são dias com suas flores
despetalando amores
florescendo alegrias

botão é lindo começo
caule é sustentação
espinho é despertar
da flor que não se sustenta

mas como disse os antigos
vida não se lamenta
ninguém segura os amigos
não há coração que aguenta

ouvindo minhas palavras
no fundo da conciencia
que fazem dança de louco
gastando minha inocencia

observo elas mais um pouco
sem conciencia de formas
sem normas de pensamento
nem fundo de conciencia
me encontro entre as palavras

domingo, 6 de setembro de 2009

A gente vive um sonho,
e vive sonhando acordado.
Sonho é futuro, sonho é passado,
sonho é presente em nossa vida. (tá ligado)
Quem fizer a ligação verá,
o que se diz que não se quer nunca será.
A vida de um conto de fadas,
não é demais se for num sonho.
Já sonhei que acordei, e demorei pra saber,
se sonhava ou se dormia.
Quem nunca sonhou um dia?
Pois eu sonho dia-a-dia.
Quem poderia explicar,
se quem sonha só, enlouqueceu,
ou estamos loucos juntos a sonhar?
Responda, e venha me acordar.
O lobo repete o grito,
grito que ouviu-se distante,
gritou pra lua cheia,
que é a lua dos amantes.

Antes que eu visse meu rosto no espelho,
antes disso, muito antes.
O grito na noite de lua cheia,
me mostrou muito mais.
Antes que eu visse minha face vermelha,
antes que eu perdesse a paz,
no sossego da lua cheia,
com minhas lembranças de mais.
Antes de me encontrar nas lembranças,
não sabia se haviam rivais.

O sossego da lua que paira no alto,
é o oposto do asfalta que não vive em paz.
O asfalto em que vive o lobo que grita,
gritando de amores perdidos à lua.

Antes que eu me despedisse da lua,
me perdi entre as tuas lembranças.
Vejo que agora me encontro no asfalto,
perdido, sem lua e sem paz.

a corrida

Vivendo em câmera lenta,
na grande correria.
A impressão é que a vida se resume em euforia.

Eu tenho meus problemas,
meus emblemas, mil manias.
Mas a verdade é o dia-a-dia,
cada um com suas crias.

A gente vive no improviso,
sempre tomamos cuidado.
Mas o boato é o aviso que tudo foi pré-meditado.

Corre-corre cabra-cega,
pega quem não tem cuidado.
Quem vive nessa fome cega,
enxerga de olhos vendados.

Mas pra que tanta correria,
por que estão turbinando os carros,
se o trem passea sobre as linhas
e sempre chega adiantado?

Também pra que tantas perguntas,
tantas formas de fracção,
se a gente nunca se divide e não consegue explicação?

Corre-corre, pega-pega,
leve o que poder pegar.
É pra correr menos perigo
quando a corrida terminar.

Quem admira o lar do alheio
está correndo mais cuidado,
pinta fachada, põe bandeiras
diz que é o espelho do outro lado.

Há quem não aguenta correria,
e quem não tem boa visão.
Por não saber a dose certa, mais um dia na prisão.

A cada dia o dia leva
mais um dia na história.
No corre-corre do relógio,
a tempo fica na memória.