domingo, 28 de novembro de 2010

21/08/07




As minhas letras não brilham
todas da mesma cor
não tenho gravuras
nem desenho animado

Não procuro palavras
em músicas ou livros
não desenho
um coração
que não possa bater

Sentimentos num papel
não
vale nada
o papel é o caminho


por onde andam minhas letras
letras sinceras
palavras sinceras
frases sinceras

Tudo que é sincero busca a paz e a alegria.

bonito 24/08/07

eu me digo, bonito
digo da sobremesa
bonito. Se põe mesa
na grande diversidade
de uma cidade tão linda
que há inda honestidade

verdade na minha terra
se fala escancarado
coitado do cidadão
que não vive prevenido
do grito da multidão
que amassa a massa do pão
e vive depois da guerra

Coisa

quero fazer uma coisa
e a coisa ainda é sem nome
não sei que forma ela tem
a coisa que já me consome


quero tê-la pra mim
coisa que seja minha
fruto da minha paixão
registrar em cartório


coisa vou te dar abrigo
com garra e documentos
salvar-te dos inimigos
da critica, avaliação


vem minha coisa querida
em feto, e sem sofrimento
nascer pode ser um tormento
faz parte da fabricação


não sei de onde tu vens
e os bens que vais consumir
mas deves coisar por aí
Coisa, chega o momento

experiência

na vida a gente tem experiência
há gente que conhece amor
e quem só ignorância
gente que dá carinho
e tem quem não dá importância


da vida, leva experiência
tem quem não leva nada?
quem só tem um cobertor
gente de saco cheio,
transbordando inconseqüência


se a vida fosse uma ilha
fugiria que fosse à nado
teria barco alugado
cruzeiro pra maré mansa
e pobre morrendo afogado


eu fugi, vou dar um passeio
pode ser que eu retorne
vou participar de um torneio
ganha quem corre primeiro
sem juiz, "tampoco" inocência


não vou levar desaforo
nem beijo de noiva escarrado
não levo esse papo-furado
pirado, em fuga (ao acaso?)
levando a bagagem de mim


no fim, a inexperiência
é a vivencia da fuga
do sono forçado no leito
o punhal conservado no peito
o medo que suga a vivencia

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

distorcência

é o bate e rebate
o ouvido atento
tentação do beato


é o porta-retrato
o pé no chão
o irmão, meu irmão


é a procissão
nas avenidas, com suas ladainhas
escolher figurinhas


o era melhor
antigas ironias
os heróis e as mentiras


o fétido, podre
o que não se mistura
e a linda figura


a ganância e a anciã, enjôo
o vôo rasante
o grande instante, e o perdôo


o ia e não vou
a flor que murchou
a dor na consciência
inocência perdida


a rima partida, a distorcência
o em prol da ciência
demência aprendida


o heróico combate
final é começo
meio, defesa. Sem fim...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

_Cachorro!

_cachorro. _cachorro...
cachorro pensa?
Cachorro! Cachorro?


o bicho acompanha o dono
?quando vai escovar os dentes,
além do portão pra fora,
cumprimentando os velhinhos,
também dando esmolas?


tem tanto cachorro de rua
na crua vida de cão
será que o dono é a lua,
ou que ele tem dono não?
esse acompanha à quem?


vejo cachorros latindo
escrevendo tratados de guerras
incomodados partindo,
brigando, e soltando as feras

vejo cachorro sorrindo,
pulando, abanando o rabinho
gente achando lindo,
adotando e dando carinho

mas tem cachorro gemendo
, chorando de fome e frio
, comendo com gato e rato
, jogado no fundo do rio

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

mundo de brinquido

hoje vou voar
não faço meus limites
que tente me cercar
não pulo por cima
não dou a volta
e nem vou ficar aqui

hoje eu quero guerra
quero meu limite
não vai interceptar
meu sentimento não pode acabar

hoje eu quero mais
voar mais alto
não há autoridade
que trate de segurar
quero ser maior

não tenho raiz
nem cravei meu pé no chão
é meu, meu coração
não vou chorar, não
vou morrer de medo

agora vou contar
estrelas no metrô
ver filmes de terror
e pentear macacos
e os fracos vão berrar

minha agitação
no mundo de brinquedo
contando meus segredos
a imaginação cresce sempre mais
fisionomia? filosofia? fisioterapia?

quem diria? muito obrigado
o "que" dessa questão
é secular
pra tolerar
panqueca lunar
iceberg no mar
é a cabeça na mão!

sábado, 20 de novembro de 2010

(Fé)

Aaaaaatirei o sal no sapo-po
mais o sapo-po, não correu-rreu
dá uma dica-ca, o que houve-v?
não tem um, não tem um que não tremeu


o sapo não tinha perna
o sapo não tinha braço
e a boca estava fechada
foi costurada com linha de saco


discunjuro, pelo amor de deus!
o que é isso?
isso é crendice
não foi eu


Bartolomeu na oficina
teve uma piriri
deixou o torno ligado
olho arregalado
caiu da escada e faleceu


Maria Chiquinha banguela
queimou a panela
virou a tigela
caiu e morreu


olha senhor macumbeiro
te dou dinheiro
espelho, isqueiro,cachimbo,
dou vela, vermelha, amarela,
de toda cor
veja só no que deu


se precisar de cabrito
tem um que é bonito
eu abro mão
só não pode contar
pois eu vivo na igreja
não bebo cerveja e nem posso fumar


ai minha mãezinha querida
perdoa essa filha
aqui nessa terra
vida é de amargar


perdoe meu grande senhor
meu único amor
não sou feiticeiro
estou dando dinheiro
e não mudo minha Fé.

Capital

eu aprendi a cobrar
agora cobro com juros
por que estavam suspensos no ar
as etiquetas, os preços
tenho o bolso mais seguro


pago em dia
no dia de vencimento de cada mês
assim é que se faz
pra girar o capital, que rende mais
pois não tem graça
pagar tudo de uma vez


no dia e na hora marcada
sem juros, sem nada
fico sem um tostão
quase não ganho nada
só quero ser patrão


financia meu senhor
o imposto de renda
o leão ta querendo comer minha fazenda
minha filha não quer mais brinquedo da china
tadinha da menina

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

desprazeR

conhece o desprazer?
Parece que nasce do chão
como as tiriricas
(...) que o faz crescer


acho que poucos não sabem
ou não lhe dão atenção
mas ele está por aí
e todos dizem amém


o desprazer de lembranças
qual não se pode mudar
nem se dão por esquecidas
em que? se pudessem mudanças


vejo o presente continuo
que tanto é reincidente
de lado que for, de frente
à vida, razão ou desejo

vida na palma da mão,
nos olhos, nos corações,
na terra do meu pesadelo,
no sonho, na imaginação


_Ó deus do grande futuro,
do escuro, da iluminação
gritado pelos caminhos
esquecido no porto seguro,
fiel é meu eu reprimido
o que sente gosto de fél
mas eu, quando tenho tudo
mudo, fico esquecido.

O futuro promete?
no caso, promete a quem?
passa tempo e não vem
eu só conheço de nome

grande e fiel conselheiro
"desprazer", meu amigo
está em diversas faces
mostrou que não vivo sem erro.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

encoberto

antes que eu descubra
o que há é desconhecido
as vezes tivesse a ilusão do despercebido
o que na verdade me seria,
pouco caso
ou caso perdido


nada que fosse à defesa
ou que obscurecesse a face
mas, que não tenha o toque de atenção
se faria coberto
até que eu descobrisse


mesmo que alguém me mostrasse
e soasse no megafone
desse nos jornais mais lidos
gritassem nos meus ouvidos
sem que eu prestasse atenção


desconheceria certamente
e certo, na ignorância
na inocência imprecisa
da face do encoberto
um que de quem não sabia

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

( . - ? ) ( ... - ? ) ( ! - ? ) ( ? - ! )

domingo, 7 de novembro de 2010

"Mulher"

mulher. "Mulher"
mora no meu coração
faz minha vida em beleza
peça de decoração

quero ter o seu carinho
sua pele, seus cabelos
falar no seu ouvidinho
e saber o seus segredos

quero ser sua paixão
o perdão de nossas brigas
ter como mulher e amiga
quero o sim e quero o não

mulher, eu quero seus problemas
as causas que te trasem dor
preciso ter o seu amor
nessas e em outras cenas

Faltou trabalho.

há tanta aberração
tanta besteira
tanta força pra hastear uma bandeira

há gente morrendo de fome
procurando um nome
batizado já virou epidemia, que agonia

salvação não é remédio
casa não pe prédio
será que a gente pode evitar alguma coisa?

coronél das compradinhas
compadre do inimigo maior do estado
já se foi meio apreçado. E o cordel das piadinhas?

veja só que negócio bom
deixei de plantar o limão de fazer refresco
há um pozinho pitoresco, e já vem doce "ah, se fosse bom..."

enquanto o Dó lá da canção der um sambinha
o povo dança, carrega criança
no carrinho importado da china

faltou trabalho, sofre o trabalhador
até quem não gosta, grita "me acode senhor"
de grão-em-grão. Hoje tem procissão de trabalho!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ironia

mais fácil é esperar
e ficar esperando a vida toda
por um momento melhor
a hora certa

fácil é deixar pra depois
uma outra hora
quem sabe, talvez
em outra situação

acho que não é agora
a hora que tanto sonhei
prefiro dar um tempo ou tempo
E o tempo que nunca me dei?

quero esquecer tudo isso
apagar toda essa ilusão
o que depende de mim
não vem cair em minhas mãos

difícil é lutar
conquistar o que quer
então prefiro acreditar

seja o que deus quiser

seja à profecia
seja o que for melhor
porque já não tenho escolha
é o que eu mais queria